Safed, a cidade sagrada.

23/02/2020

Diz a lenda que Safed foi fundada por um filho de Noé após o dilúvio.

Para quem chega à cidade, a primeira surpresa é descobrir que ela tem vários nomes: Safed, Zefat e Tzfat são apenas alguns deles. A segunda é perceber que, num lugar tão pequeno, convivem lado a lado cristãos, árabes, muçulmanos e judeus. Safed (Hebreu צְפַת Tzfat) é uma cidade do distrito norte, na província da Galileia, em Israel. Situada a uma altitude de 800 metros acima do nível do mar, Safed é a cidade mais alta da Galileia . Em 2007, a população era de 28.500 habitantes. Praticamente toda a população da cidade é judia e uma grande porcentagem dela é religiosa. Safed é bem conhecida pela sua importância na mística judaica chamada Cabala (sabedoria universal milenar que nos ensina os princípios espirituais que regem a vida. Significa receber). Afastada dos principais centros turísticos de Israel, Jerusalém e Tel Aviv, e relativamente pouco conhecida pelos turistas que visitam o país, a cidade de Safed tem uma importância histórica fundamental tanto como centro intelectual e religioso do judaísmo, quanto como sede judaica pré-sionista em Eretz Israel. Junto com Jerusalém, Hebron e Tibérias, Safed é uma das quatro cidades sagradas de Israel. Tem por volta de 17 mil habitantes; sua economia é baseada principalmente no turismo e lazer, explorando suas belezas naturais e seu clima montanhoso, deliciosamente seco e fresco durante os meses de verão. Na Cidade Velha o pitoresco bairro dos artistas, onde residem, trabalham e expõem numerosos pintores e escultores, é uma grande atração turística com suas galerias e exibições.

Safed possui um passado rico e interessante, e de acordo com os antigos místicos, a cidade empenhará um papel muito importante na redenção final. A lenda conta que o filho e o neto de Noé, Sem e Ever, estabeleceram sua Yeshiva (local onde judeus se reúnem para estudar Torá e as tradições rabínicas) nesta cidade, o mesmo local onde o Patriarca Jacob estudou durante muitos anos. Passar um Shabat na cidade é uma experiência inesquecível. Na sexta-feira há muita animação e movimento nas ruas, as pessoas estão apressadas, o transito de ônibus e carros e o barulho são intensos e por todo lado há gente comprando flores, frutas e presentes para seus familiares. Com o aproximar-se do Shabat, o silêncio e a paz descem sobre as ruas e sente-se no ar a chegada do dia de repouso. A cidade não é mencionada na Bíblia. Provavelmente se identifica com o povoado de Sepph citado pelo historiador Josephus. No Talmud Yerushalmi é mencionada como um dos lugares altos dos quais eram acesas fogueiras para enviar sinais que anunciavam o Rosh Chodesh (Lua Nova) e as festividades durante o período do Segundo Templo. Após a destruição deste, lá se estabeleceram algumas famílias de sacerdotes. Em meados do século XVI a cidade viveu um grande florescimento espiritual, uma certa prosperidade econômica, e um crescimento da população judaica (716 famílias), tornando-se o maior centro do misticismo judaico. 

Durante o século XIX a população de Safed conheceu vários altos e baixos, que culminaram com um terremoto no ano de 1837 em que morreram cinco mil pessoas, delas quatro mil judeus. A comunidade judaica, que contava 1.500 pessoas em 1839, viu-se reduzida a meras 400 pessoas em 1845. Em seguida o governo turco beneficiou a cidade e novos imigrantes afluíram levando a população judaica a 2.100 pessoas em 1856, 6.620 em 1895 e 11.000 em 1913. Safed se torna desde então uma cidade judia que recupera rapidamente sua identidade espiritual e mística. A memória judaica de quase mil anos que a cidade preserva, volta a viver graças à força e ao valor do estudo e da fé.


Safed e Jesus de Nazaré.

Como já dissemos, Safed não é mencionada nas páginas do Novo Testamento, mas pode ter alguma relação indireta com o mestre Jesus. Safed data de 1500 anos antes de Cristo. Ela é mencionada nos escritos de Flávio Josefo. Mas há um fato muito curioso que não podemos deixar de citar. Na época de Jesus as pessoas iluminavam suas casas com lamparinas alimentadas com azeite de oliva e uma chama na ponta. Essa era a única luz que todos possuíam. Imaginem então como ficava o entorno no Mar da Galileia a noite sem nenhuma outra fonte de luz. Viver na escuridão não era nada fácil e as trevas só não eram mais densas por causa de todas essas lamparinas. Uma antiga tradição diz que todas as pessoas que moravam na região do Mar da Galileia se admiravam muito com o fato das lâmpadas de Safed (que ficava no alto de uma colina) pudessem ser vistas de tão longe. A partir disso, alguns sugerem que Jesus estaria se referindo a cidade de Safed quando disse:

"Vós sois a luz do mundo, não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que estão em casa. Assim, brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que estás nos céus." (Mateus 5.14-16)

Assim, fazendo este paralelo, Jesus disse que aqueles que são a luz do mundo não se escondem, pois eles estão sempre sendo vistos, como aquela cidade edificada sobre um monte - que era um referência geográfica. Assim também, como uma candeia, eles precisam brilhar e se fazerem úteis ao que lhes é de sua finalidade, para que as suas obras glorifiquem a Deus, e que iluminem as pessoas que estão nas trevas, fazendo com que elas consigam enxergar o caminho (Jesus) que irá levá-las com segurança a sua casa (céu).

E você, tem sido uma referência para outras pessoas? Está sendo a luz neste mundo de trevas para que seu próximo consiga enxergar o caminho para a salvação, que é Jesus? Que sejamos como Safed nesta terra, iluminando as densas trevas.

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